Jovens e idealistas!


Em 1951 cinco jovens artistas idealistas – Álvaro de Moya, Jayme Cortez, Syllas Roberg, Reinaldo de Oliveira e Miguel Penteado – criaram a Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, cuja abertura aconteceu no dia 18 de junho na sede do Centro de Cultura e Progresso, no Bom Retiro, em São Paulo.

Numa matéria publicada na Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, Jayme Cortez declarou ao jornalista Tito Silveira que eles queriam “mostrar que as histórias em quadrinhos, quando bem executadas, são verdadeiras obras de arte, com a sua linguagem própria e em idade adulta.”

É bom que se diga que naquela época os quadrinhos eram execrados por “defensores da família e dos bons costumes” tanto no Brasil como nos Estados Unidos, onde imperou por muito tempo o Comics Code Authority, mecanismo auto-regulatório que colocava um “selo de qualidade” nas revistas aprovadas para os jovens.

Por isso, a atitude desses cinco rapazes paulistas foi muito corajosa e exemplar. Em declaração ao O Globo, que circulou no dia da abertura da exposição, Álvaro de Moya disse que no Brasil ainda não havia aparecido “um crítico sequer ou literato que entendesse, o péssimo costume daqueles que, no aparecimento das primeiras letras, no nascimento do cinema, etc, se revoltaram contra a juventude e procuraram cercá-la de adjetivos desairosos.”

Os originais que o jovem Álvaro de Moya olha na foto do alto, são páginas de A Marcha, uma história em quadrinhos adaptada do romance de Afonso Schmidt que Moya desenhou para a revista Edição Maravilhosa, n° 110, da Ebal, publicada originalmente em setembro de 1955. Na exposição Quadrinhos’51, estarão expostos algumas páginas inacabadas de uma nova versão dessa história que nunca chegou a ser publicada.

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